Postagens

RUAN.

Seu nome era Ruan, mas nós o chamávamos de Ramon. Nos conhecemos na época do colégio. Ele tinha 15 anos e ficava com todas as meninas que queria, no bairro e das festas que nós íamos. Tocava guitarra em uma banda de punk rock e cantava também. Praticamente em cada festa, saía com uma garota diferente. Namorava uma garota da escola. Sempre uma diferente em cada ano. Mas teve uma com quem passou dois anos juntos. Falavam em casamento. Um dia terminaram. Fazíamos festas na casa dos amigos quando os pais raramente viajavam, Ramon sempre desaparecia, depois o víamos andando pela casa segurando a mão de uma garota. Ele nunca falava das coisas que acontecia, nunca se gabava, era somente algo natural nele, algo que gostava, algo que fazia. Nós sentávamos e conversávamos por horas como se o mundo nunca fosse acabar, como se nossas vidas nunca fossem parar um dia. Ramon andava de skate pela cidade, havia competido um tempo, ganhou um troféu e uma medalha. Escutava Punk rock e música

SUGAR.

à e. De tuas mãos escorre o silêncio do teu sono que aos poucos me faz companhia neste domingo. Vejo tuas letras escritas no papel e teu rosto em imagem na memória me aparece. Tua voz em lacunas em minha imaginação.  Teu cheiro eu procuro na xícara do café. Tento então tolamente recriar teu nome, que aos poucos vai me surgindo nas paredes na memória. Tento recriar teu rosto que me surgiu nublado no sonho da noite passada, enquanto leio tuas letras que me vieram suspensas com gosto de lágrimas, neste papel tão branco. 25/08/2008 21:59

DIRTY DREAM #5

Imagem
Saio de casa e vejo que a tarde não está ensolarada. Caminho por ruas desconhecidas, calmas, praticamente vazias de gente. No centro, encontro com um grupo de pessoas que estão paradas em uma praça. Não sei pelo que esperam. Me junto a eles, ando pelo grupo, converso com algumas pessoas. Vejo Sharon em um canto. Usa um vestido longo e preto de mangas longas. Carrega um violão nas costas. Acendo um cigarro e fumo contemplando a tarde sem sol, sem calor. Alguns torcedores de um time surgem, vão passando pelo grupo. Alguns gritam ao ar, outros jogam garrafas e latas nos cantos da rua. Permanecemos conversando e fumando enquanto o grupo de torcedores usando camisas vermelhas e brancas vão passando. Então um rapaz fala que seria interessante ir até um casarão abandonado que fica próximo de onde estamos. Começamos a andar pela pista, onde não passam carros. Vamos caminhando e conversando. Escuto Sharon começar a tocar ao violão, Tarifa. Chegamos ao casarão abandonado. Entramos. As pa

THE GOLD FIRE SESSIONS.

Imagem
Uma galera que eu gosto na música tá se preparando pra lançar trabalho novo. Tô só por aqui sacando as coisas e esperando. E a notícia boa nesse fim de semana foi, " I Don´t Want: The Gold Fire Sessions ", novo trabalho da Santigold , cantora muito querida por este aqui que escreve. Já acompanho o trabalho dela faz um tempo, e é claro, que a cada lançamento, fico sempre na espera do que irá ser lançado nos próximos anos. E assim estava sendo, até este fim de semana, onde de surpresa, a cantora disponibilizou na faixa, tanto no Spotify , quando no youtube , seu novo trampo. Como ela mesma descreve no tube, " I Don't Want: The Gold Fire Sessions " é um projeto que desenvolveu com o DJ e produtor Dre Skull . Gravado de maneira espontânea em um pouco mais de uma semana. O trabalho flerta entre o reggae, dancehall e música afro caribenha. Passei o fim de semana já ouvindo o som novo da garota. São 10 canções dançantes, repletas de colagens sonor

CORAÇÃO.

Imagem
-Lembra daquele carinha de cabelos lisos e pintados de loiro, que escreve? -Qual deles? Têm tantos assim nessa cidade. -Benjamim. Escritor. -Sei dele. Qual é? -Lançou um romance por um edital. -Ganhando um trocado. -Recebeu, e agora vai escrever um livro sobre literatura e cultura pop. -De lascar, heim! -É, a porra do trabalho dos sonhos. -Que terror daquele cara escrevendo sobre literatura. -Que terror daquele cara e dos contos dele. -São terríveis. Mas foram publicados! -E tu já leu os poemas? -Piores. -Uma merda. Não acredito que tipos como esses são os futuros gênios da literatura na cidade. -Não acredito que esses são a galera que tão escrevendo e pulicando e querendo de alguma forma acontecer! -E nem posso falar disso com outras pessoas, que logo dizem que sou invejoso. -É só o que falam hoje. Já notou que hoje em dia o cara tem que gostar de todo mundo, se você fala que não gosta de alguém, do que ele produz

S.

Poucos realmente são aqueles que sabem o que é estar perdidos em alto mar, e sentir que não se é capaz de ser o capitão do próprio navio. 29/07/08 23:50

DIZEM QUE FOI UM SALVADOR

Imagem
O cara apareceu em pleno 2018 falando que era um salvador. Falava que havia vindo de outro mundo, outra dimensão mais evoluída e trazia respostas, trazia uma nova forma de viver para quem quisesse. Acho que ninguém quis ser salvo nem muito menos fez pergunta a ele no início. Ficava perambulando pelas ruas e falando alto, sozinho, filosofando. Quem tava sentado em banco de praça e se sentia incomodado levantava e ia embora. Quase ninguém dava muito ouvido no início. Alguns paravam e assistiam a cena. Levaram tudo na boa enquanto era pouca gente, mas quando ele começou a ser seguido pelos mendigos de rua e gente pobre que trabalha muito mais nunca tem dinheiro, alguns resolveram que era melhor calar a boca do sujeito. Dizem que ele fez uns milagres por aí também. Salvou umas crianças doentes que tavam pra morrer, curou uns cegos, colocou pra ver, botou uns surdos para escutar. Foi então que decidiram que era hora de prender o cara.  Isso foi numa época muito estranha em que es